"A arte de ensinar é uma
tarefa difícil demais para que alguém se envolva nela por comodismo, falta de
fato melhor, ou porque é preciso auferir ganhos.
Os padres da Companhia
de Jesus, instalaram a primeira escola em 1549. O ensino nesta época era
tradicional. A escola tradicional permaneceu por aproximadamente trezentos e
oitenta e três anos. Com o governo de Getúlio Vargas, deu-se início à escola
nova, onde o professor não se comportava como o transmissor de conhecimentos e
sim um facilitador de aprendizagem, onde o aluno era um ser ativo e
participante e estava no centro do processo de ensino/aprendizagem. Essa escola
era uma escola democrática e divulgada para todos (o cidadão democrático).
O advento da escola nova
foi em 1932. Em 1964 tem início a Escola Tecnicista, e o modelo americano é
instituído em nosso país. Com o tecnicismo empregado em todos os campos, o
aluno era impedido de criar e pensar, impediu-se a expressão dialética. Na
escola tecnicista o social era ditado pelos militares que detinham o poder, e
foram anunciados padrões e métodos educacionais com ferramentas que impressionavam
e davam subsídios diferentes nas formas de ensinar. Nesta época foram
instalados os recursos audiovisuais como suporte pedagógico, a instrução
programada e o ensino individualizado.
Em 1983 deu-se o
aparecimento da Escola Crítica, onde o professor era o educador que orientava o
contorno da aprendizagem com participação real do aluno, aluno enfatizado como
cidadão, aluno que construía e ressignificava a história. Na Escola Crítica
havia articulação e interação entre o educador e o educando, sendo empregados
todos os contornos que possibilitavam a apreensão crítica e reflexiva dos
conhecimentos com enfoque na construção e reconstrução do saber.
Já no século XXI,
observamos que na construção do saber a tecnologia passa a dominar os espaços
locais e temporais, impedindo a atuação dialógica, a interação, e a transmissão
de emoções . Com o uso inadequado da tecnologia há a individualização do ser
humano, tornando-o espectador e talvez um indivíduo sem estímulo para superar
barreiras, sem explicação dialética do dia-a-dia, sem afinidade com o social e
alienado em suas relações com o global. Com a escola tecnológica, corre-se o
risco de exclusão do indivíduo no social, fechando-o em seu mundo, sem
articulação com os demais membros da sociedade. Devemos aliar forças para que
isso não aconteça, buscando todas as oportunidades em busca da criatividade,
pois a educação tem por intenção a humanização do homem.
Devemos ter em mente que
os professores exercem um papel insubstituível no processo da transformação
social. A formação identitária do professor abrange o profissional, pois a
docência vai mais além do que somente dar aulas, constituiu fundamentalmente a
sua atuação profissional na prática social. A formação dos educadores não se
baseia apenas na racionalidade técnica , como apenas executores de decisões
alheias, mas , cidadãos com competência e habilidade na capacidade de decidir,
produzindo novos conhecimentos para a teoria e prática de ensinar.
O professor do século
XXI, deve ser um profissional da educação que elabora com criatividade
conhecimentos teóricos e críticos sobre a realidade. Nessa era da tecnologia,
os professores devem ser encarados e considerados como parceiros/autores na
transformação da qualidade social da escola, compreendendo os contextos
históricos, sociais , culturais e organizacionais que fazem parte e interferem
na sua atividade docente. Cabe então aos professores do século XXI a tarefa de
apontar caminhos institucionais (coletivamente) para enfrentamento das novas
demandas do mundo contemporâneo, com competência do conhecimento, com
profissionalismo ético e consciência política. Só assim, estaremos aptos a
oferecer oportunidades educacionais aos nossos alunos para construir e
reconstruir saberes à luz do pensamento reflexivo e crítico entre as
transformações sociais e a formação humana, usando para isso a compreensão e a
proposição do real, sem deixar se seduzir pelos caminhos deslumbrantes dos
anúncios publicitários, pelas opiniões tendenciosas da mídia.
...Precisamos ser valorizados pelo nosso trabalho profissional, pois passa pela escola e pela mão dos Professores todos os cidadãos desta nossa Pátria Brasil! "
Autora:
Amelia Hamze
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
Educadora
Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
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